domingo, 30 de setembro de 2012

As Aventuras de Capitão Lagrange - Capítulo 2 : Encontro no espaço-tempo (parte 2)

(continua daqui)
Por Matemaníaco

93 anos e alguns meses depois
Júpiter [1:39:4], 31 de Janeiro de 2096 , 19h13min C0

-Mãe! Acabei de saber que fui admitida na frota astral imperial! - dizia Glorie enquanto descia pelas escadas abaixo.
-Parabéns filha! Estou tão feliz!
-Onde está o pai?
-Foi chamado ao palácio pela hora de almoço e ainda não chegou. Espera, eu já lhe ligo.
-Não o incomodes.Dizemos-lhe assim que chegar.
-E o Miguel?
-O Miguel, não foi.
-Oh...
-Ele tenta outra vez para o ano.
-É pena.
-Mãe, onde está a tal surpresa que me prometeu?
-Tenho aqui uma carta escrita para ti, pelo teu bisavô David Lagrange.
-Oh, mãe. Não brinque. Já fui suficientemente humilhada por ser a neta do “Capitão mulherengo micropénis”.
-Filha, esta carta está mesmo dirigida a ti, e foi entregue ao meu pai, antes de eu nascer, com instrucções para que fosse passando de geração em geração até ti.
-Está a brincar! E nunca ninguém a abriu antes?
-Foi um pedido especial do teu bisavô.
-Isto é mesmo verdade? Não está a gozar com a sua querida filha que acabou de ser admitida na frota imperial?
-Lê isso de uma vez.
Glorie abriu o envelope e tirou uma carta manuscrita.
Leu-a atentamente...
-Meu Deus.
Glorie voltou a meter a carta dentro do envelope.
-Que se passa filha? Que escreveu o capitão?
-Mãe, eu preciso mesmo de uma bebida.
A mãe vai à cozinha e traz-lhe um copo com água.
-Não mãe.. traga-me uma bebida a sério.
A mãe volta à cozinha e quando regressa Glorie já não estava.
-Glorie?
Glorie saiu, meteu-se na sua mota e foi em direcção à Academia Astral Imperial.

Cinco anos depois


Bar do Centro deComando Astral, Júpiter [1:39:4], 03 de Março de 2101 , 08h17min C0

Está Glorie a tomar um copo com o comandante Jonas McWarrior
-Sabe Glorie.Nunca percebi o seu fascínio pelas missões de exploração espacial. Apesar de só 4% delas serem perigosas , quem puder evitá-las evita-as.
-E já vão em 200. Eu sou uma aventureira :). É uma coisa de família.
-Pois, sendo filha do Comandante Boavida, acredito que sim.
-Veja lá que a minha mãe também vem de uma longa linhagem de aventureiros.
-Ai sim?
-Nunca reparou que o meu nome do meio é Lagrange?
-É da família d’O Lagrange? O supremo comandante que comandou frotas de vários imperadores da TASCA em explorações espaciais?
-Esse mesmo.
-Bom, menina. Está nos seus genes então! Força.
-Mas não espalhe por aí. Sabe, aquela história do “micropénis Lagrange...”
-Não se preocupe. Mas se quer mesmo saber, acho que foi uma história da esposa dele para se vingar de qualquer coisa.
-Nunca percebi como se tornou num livro de leitura obrigatória. Foi humilhante para vários rapazes da família...
-Não pense nisso. Podemos ter abandonado a Terra original há vários milénios, mas a raça humana ainda é muito infantil.
-Comandante, obrigado pelo copo. Está na hora.
-Não se esqueça de actualizar as suas nanites com os últimos prodígios da medicina moderna :)
-Sabe que nunca me esqueço disso!
E Glorie saiu em direcção ao centro médico de programação de nanites, dentro das instalações do centro de comando astral. A tecnologia de nanites permitia actualmente tratar uma grande variedade de infecções e parasitas de todo o universo, e era obrigatória a actualização de sofware nas nanites antes de cada missão.
Chegada ao centro Glorie coloca a mão sobre um painel e diz
-Actualizar definições médicas das nanites.
Passa-se 5 segundos e a ouve-se uma voz artificial
“definições actualizadas”.
Glorie olha para o terminal e murmura
“Micropenis Lagrange? ... será que eu posso alterar a história?”
Então, diz com uma voz firme.
Actualização de nanites externas, modo de programação, autorização Glorie L.Boavida POSMAT432OM232-2102.
E coloca o seu colar sobre o terminal.
“Ponto! Em modo de programação” -responde a voz artificial.
“Carregar fonte do programa PEnlargement 20.2, e deixar-me alterar parâmetros”
“Carregado. Em modo de alteração de parametros”
“Bem, Bisavô Lagrange, se realmente, um dia no futuro eu e tu nos encontrarmos como dizias na carta, eu vou mudar a história!”- murmurou Glorie.
Assim que acaba a alteração de parametros, Glorie apaga os registos do computador central e sai em direcção ao destruidor LoboDoEspaço 2095, que partiu em direcção a mais uma missão de exploração espacial.

Mas regressemos agora a 2002CO

Localização desconhecida, supostamente 4 de Dezembro de 2002 , 04h32min C0

Log pessoal da Princesa Hara Flavius oGamus

       Chegámos cá há 3 dias. Entreguei o comando da Nave de Batalha ao subcomandante Genuinus Burrus Otárius.
       A suspeita de sabotagem está a ser investigada. O oficial responsável pela investigação prefere manter-me afastada do assunto até ter respostas. 
       Por aqui, é difícil encontrar alguém até para tomar um copo. Todos temem divertir-se com a realeza. O stock de bebida deve acabar dentro de uma semana. O que é que vai ser de mim?
      Há dois dias reestabelecemos contacto com a tripulação de uma frota de uma imperatriz Aivota que eu não conheço. Disseram-nos que partiram do planeta Ariamne [1:57:7]. Nos nossos mapas, esse planeta está marcado como independente. Desconhecíamos o nascimento de um império por aqueles lados.
      Ao partilhar logs e mapas obtidos pelos sensores das nossas naves, percebemos que eles são do nosso futuro... ou nós é que somos do passado deles, e vieram cá ter por uma anomalia numa zona que investigavam.
     Um dos cientistas que trouxemos, João Tudor, é perito em mecânica temporal e está a estudar a informação que temos.
     Eles despenharam-se no planeta com Aneis e só uma pequena parte da tripulação sobreviveu. De acordo com o Subcomandante Otárius as modificações que sugeriram devem permitir-nos detectar os destroços mais facilmente.

       Ontem encontrámos outra nave de Batalha abandonada. A NB Imperial HAR0032534-2010. Parece que chegou cá há mais de 100 anos. Os nossos engenheiros conseguiram ligar o suporte de vida, mas a nave não tem motores. 
      Parece que alguém os levou. Descobriram que a nave será lançada dentro de aproximadamente 8 anos... de um império com sede no meu planeta e liderado por mim.
      O Sr Tudor aconselhou-me a tomar as minhas decisões e tentar não saber muito sobre o meu futuro.
Como é que se faz isso? A base de dados da nave está intacta e com aquele conhecimento posso corrigir eventuais erros no meu destino. Será que não devo mesmo?

Um dos meus engenheiros sugeriu que tornássemos a NB que encontrámos base espacial improvisada, numa enfermaria.
A ideia agrada-me, temos vários médicos e enfermeiros a bordo, e alguns estudantes que se voluntariaram para a missão original, e de certeza que os sobreviventes que estão lá em baixo no planeta não vão ter nada a opor... E eu posso sempre ler algo sobre o meu futuro. Em particular, como é que eu vou sair daqui.
Entretanto continuamos a cuidadosamente explorar a zona.

Localização desconhecida, supostamente 4 de Março de 2004 , 01h52min C0
Log pessoal da Princesa Hara Flavius oGamus
        Já cá estamos há um ano e 3 meses. Há seis meses que não logo nada.
Em Janeiro chegou uma frota imperial do Imperador Matemaníaco, vinda de 2012CO que vinha em missão de exploração espacial. A frota colidiu contra os destroços e nave nenhuma se salvou. No entanto conseguimos salvar vários tripulantes, incluindo uma versão mais madura do meu amigo David Lagrange, que esteve em coma na Nave de Batalha com mais de 100 anos que estava servir de enfermaria.
       Há três semanas chegaram várias naves de vários pontos no tempo, que vieram de vários saltos falhados, e acabaram por colidir umas com as outras ou se materializar mesmo no mesmo ponto no espaço-tempo
      Um cargueiro desgovernado colidiu com a Nave de Batalha enfermaria. Nessa altura, Tudor estava dentro da nave a usar os seus computadores para fazer simulações. Perdemos todo o pessoal médico que estava a abordo e praticamente todos os doentes. Tudor está na lista de desaparecidos.
Conseguiram salvar Lagrange que ficou a cargo dos estudantes de medicina e de enfermagem, que neste momento são o melhor que temos.
     Algumas das naves que chegaram despenharam-se no planeta. Óxinol coordenou missões de busca e encontrou um Destruidor que quer tornar na nova enfermaria. Eu não me oponho.
Tenho passado imenso tempo com os sobreviventes. Somos todos de diferentes pontos e diferentes épocas no espaço e no tempo. Fazer com que as pessoas não saibam muito sobre o seu futuro é... impossível. 
    Tudor, se estiveres vivo, diz lá como se resolve isto!

PS:Há pouco menos de duas horas, Otarius ofereceu-me um livro: "O império de may" 


(Continua aqui)

sábado, 29 de setembro de 2012

As Aventuras de Capitão Lagrange - Capítulo 2 : Encontro no espaço-tempo (parte 1)

Por Matemaníaco
(Continua daqui)
Há 10 anos...
Planeta Principal [1:56:5]
Capital 1 de Dezembro de 2002 C0
Hara era uma rapariga da noite, tal como a grande maioria dos jovens de Principal. Gostava de dançar e de se divertir. Por perto, andavam sempre alguns seguranças do reino, pois não era uma rapariga assim tão usual. Era a única herdeira do rei Flavius Claudis oGamus, seu tio.
-Uma imperial
-Não achas que já bebeste demais?
-Achas mesmo que eu entro sóbria numa nave de batalha?
-Numa nave da batalha?
-Daqui a duas horas tenho de estar no espaço-porto para uma missão de exploração espacial
-Escuta a opinião de quem já saíu do planeta várias vezes: Entrar num ambiente de gravidade artificial bebado só piora a ressaca...
-Isso é para ti. Eu tenho nanites! Amanhã de manhã eu estou mais sobria que o meu tio, quando quer me dar um sermão.
-Nanites? Não me arranjas disso?
-São exclusividades da realeza. E não penses que me esqueci que já largaste para aí metade das minhas amigas. Não mereces!
-Ora, as tuas amigas não são tu,..
-Vê se cresces Lagrange!

Hara bebeu e dançou até cair para o lado, altura em que um dos seguranças do reino, pegou nela ao colo e saíu da discoteca, afastando todos os seus amigos.
Os seguranças metem-se num dos carros reais, deitam Hara num dos assentos e dirigem-se a alta velocidade para o Espaço-porto
Chegados lá , um dos seguranças deu-lhe uma injecção de nanites 2.
-Isso não tem efeitos secundários?- perguntou outro segurança.
-Rapaz, hoje até foi uma noite calma para ela. As nanites poem-na como nova. Assim que estiver ok, saem do organismo pelos poros e entram aqui neste cartão, prontos para outra.
O segurança coloca o cartão no bolso da inconsciente Hara.
-Não te preocupes rapaz, tembem terás as tuas nanites quando chegar a altura. O rei exige que todos nós responsáveis pela segurança da casa real, tenhamos as nossas nanites. São pessoais, intransmissiveis, e devem ser carregadas uma vez por ano.
-E agora?
-Agora, vamos a dentro daquela nave de batalha e deixamos a princesa em cima da cama na sua cabine e saímos. Certifica-te que tens a identificação à vista, ou és abatido pela segurança automática.
E assim foi. Hara acordou uma hora depois, sóbria, já com a nave de batalha no espaço em direcção ao ponto de salto [1:5616].
Foi ao duche, vestiu o seu uniforme e dirigiu-se à ponte, onde estava o comandante.
-Boa noite comandante...
Hara lê o nome do comandante no seu peito
-Comandante Jamaica?
-Boa noite princesa. Pronta para a sua primeira exploração espacial?
-Podemos estar prontos para uma coisa destas? Pelo que li, costumam ser imprevisíveis, até parece-me idiota ter uma princesa, única herdeira numa missão destas.
-Não se preocupe, 90% delas correm bem. Esta não será excepção, seu tio garantiu que nesta missão só participariam os melhores.
-Sim, mas um destruidor não seria mais seguro do que uma nave de batalha?
-Sim, é! Mas esta nave de batalha tem algumas modificações que a tornam única. Espero que não tenha de as ver.
De repente houve-se a voz da inteligencia artificial que controla a nave:
“Chegada às coordenadas de salto.....Salto”
E a nave saltou...

Hara acordou deitada no chão. Assim como toda a tripulação. Pela janela viu um enorme campo de destroços e um planeta, com aneis.
Hara tentou ver o pulso do comandante.
...Estava morto.
A restante tripulação estava a acordar.
-Estamos a receber uma mensagem. - disse alguém.
-Vocês vão precisar de um novo comandante. Este, está morto.
Chega um jovem à ponte e diz
-Boa noite sua alteza, sou o sub-comandante McLopes, Vou tomar comando a menos que se oponha.
-A menos que me oponha?
-Como membro da casa real, pode tomar comando.
-Não... cumpra o seu dever. Eu não faço a mínima ideia do que fazer.
-Obrigado...- E levantando-se grita para o tripulante que estava nos comunicadores - Passem a mensagem.
“zzzzzzz Nave de batalha desconhecida. Se conseguirem ouvir isto, mantenham-se afastado do planeta com aneis. Está rodeado de destroços em zona de navegação, mas que não são detectados por nenhum dos radares”
-Identifique-se se faz favor.
“Meu nome é Óxinol, comandante da frota de sua magnificiencia a Imperatriz Aivota”
-Eu não conheço nenhuma imperatriz Aivota – Disse Hara a McLopes.
-Qual é o estado da restante frota?
-Senhor, eu estou acordado há cerca de 10 minutos e não encontro vestígios do resto da frota, e não parece ser falha do sistema.
-Onde estamos?
-O computador não consegue identificar o sítio onde estamos. Aparentemente estamos numa parte desconhecida do Universo.
-Portanto, estamos perdidos? - Perguntou Hara.
-Eu diria que sim, respondeu o oficial de comunicações.
-Relatório de Estragos- pediu McLopes
-Motor de salto em mau estado, mas deve aguentar mais um salto, o resto da nave está funcional.
-Estando nós sozinhos eu acho melhor saltarmos de volta para o nosso espaço – disse McLopes a Hara
-Isso é possível? Não sabemos as coordenadas de onde estamos.
-Esta é uma nave experimental. Entre outras coisas, inclui um protótipo de tecnologia que permite o regresso ao ponto do último salto sem ter as coordenadas actuais. Foi concebida para evitar que se percam naves..
-É suposto estarmos numa missão de exploração, não vamos investigar aquele “Óxinol” comandante da frota da Imperatriz Aivota?
-Sua Alteza, quer comandar?
“Subcomandante, acabámos de detectar e receber contacto de outra nave... é a Léon”.
- Não. Só acho que devemos investigar a mensagem antes de tentar regressar. Esta Léon fazia parte da nossa frota?
-É um dos nossos destruidores.
“Estamos à deriva, sem motor de navegação. A ponte explodiu e toda a tripulação de comando morreu..zzzz... recebemos uma mensagem zzz Óxinól zzzzz xxxx”
-Perdemos a comunicação senhor.
-Leme: Dirijam-se a eles. Vamos em missão de salvamento.
-Escute... aconteça o que acontecer, você fica nesta nave. O rei executa-nos a todos se lhe acontece alguma coisa!
-Claro que sim, e deixa-me ir numa missão de exploração espacial...
-Não vamos discutir isto. Discuta o assunto com o seu tio quando voltarmos. Nós temos as nossas ordens!
McLopes levantou-se e saiu da ponte.
Assim que a Nave de Batalha se aproximou da Leon, foi estabelecida uma ponte de transporte entre as duas naves e vários tripulantes e soldados entraram na nave danificada, junto com McLopes.
-Gravidade artificial avariada! Detesto surpresas destas.
-Senhor, há uma contagem decrescente neste monitor, mostrou um dos soldados.
McLopes diz: “ Alguém activou o portal de salto experimental, a nave salta dentro de menos de meia hora ...Eu odeio estas surpresas!”. Então diz para o seu comunicador:
-Fechem as portas e a ponte já, e mantenham a distancia- Não sabemos em que estado está esta nave e uma tentativa de salto desta nave pode dar cabo do nosso motor de salto.”
-Não seria mais seguro voltarmos?
-Voltamos quando soubermos que diabos se passa aqui...
Na Nave de Batalha, Hara ficou ao comando da nave, e concordou. Afastou-se o suficiente da Léon.
McLopes e a sua equipa encontraram vários tripulantes a flutuar pelo corredor principal do dormitório.
-Alguém sabe me explicar porque é que vocês têm o motor de salto em contagem decrescente?
Um dos tripulantes flutuou até McLopes e disse:
-A IA da nave avariou. Não temos como operar em modo manual até estar desligada.
-Bonito... como uma missão de babysitting se transformou nma missão de merda! Aceito sugestões!
-Estas IAs são computadores super-sofisticados ligados a todos os terminais e sistemas da Nave. Penso que em qualquer um deles, duas identificações de comando são suficentes para desligar a IA.-respondeu um dos tripulantes que vinha com McLopes.
-Uma das ligações identificações pode ser remota?
-Sim senhor.
-Óptimo, estabeleçam uma ligação com a nossa Nave de Batalha e expliquem a situação. Depois disto, ela também merecerá um nome, mas não deixem a IA tocar na ligação. Vamos para a sala do motor de salto e vejam se desligam o cronómetro. Vocês vêm comigo até aos terminais da sala das máquinas.
Após alguns entraves lá chegaram à sala do motor. Ligaram um dos dispositivos electrónicos portateis que traziam a um dos terminais e estabeleceram ligação à NB.
-Ligação estabelecida.
McLopes, noutro terminal pressiona algumas teclas. E de repente ouve-se a IA.
“Desligar a IA? Este procedimento requer a autorização de dois administradores de comando.”
McLopes insere a sua autorização.
Na Nave de Batalha, Hara insere a sua.
“IA desligada”.
-Pronto, desliguem-me essa contagem decrescente... faltam 60 segundos.
-Senhor .. o software de controlo do motor de salto foi apagado, estou à procura de cópias nos sistemas de backup!...
Encontrei. A reinstalar...
McLopes fazia figas
-”Isso está a demorar muito.. não há forma de acelerar isso?”
-”Isto está a ir o mais acelerado que pode, por favor não me stresse!”
-”Instalado! Estou a abrir o software... ”
No ecrã via-se
"6...5... 4...5...2...1.. . Salto".

-”Desligado”
Ouviu-se um grande estrondo.
Em todo o destruidor a gravidade voltou.
-Qual é o estado da nave?
Ouve-se num dos altifalantes: “A nave saltou. Reaparecemos à superfície de um planeta independente e desabitado em espaço conhecido. Metade da nave saiu do hiperespaço depaixo do solo, portanto, perdemos os motores.”
-Espaço conhecido? Onde estamos?
-[7:7:4] .
-Parece-me que esse motor de portal ainda precisa de algumas afinações. Aqui, o rei Flavius nunca saberá de nós
-Que fazemos senhor?
-Vocês são livres, mas eu tenho uma sugestão: Vamos tomar conta deste planeta e fundar um império.
Os sobreviventes olharam uns para os outros.
-Está a falar a sério?
-Muito a sério! E começarei por batizar este planeta: Terra!
-Senhor,... já existem várias Terras neste universo.
-E depois? Passa a haver mais uma. Só que esta será a nossa Terra, com as nossas leis...
E assim nasceu o Império de McLopes.

Do outro lado, Hara ao comando da NB não sabia o que fazer:
-Ele saltou e deixou-me aqui ao comando desta nave? Não tenho outra hipótese. Preparem o motor de salto! Vamos regressar!
-Sua alteza, o motor de salto está offline, permanentemente.- respondeu o piloto
-Como?
-Não tenho permissão para ver o relatório.
Hara aproxima-se de um terminal. O scanner óptico reconhece-a.
E fica escandalizada ao ler o relatório: alguém dentro da nave tinha sabotado o motor de salto.

Continua aqui)

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

As aventuras de Capitão Lagrange: Capítulo 1 - Introdução (3ª parte)

Por Matemaníaco
(continua daqui)
Algumas horas depois, Lagrange acorda com uma jovem médica pela frente.
-O meu nome é Glorie L. Boavida. Peço desculpa por termos deixado aquele burocrata falar consigo antes de nós.
-Ele sabia coisas...
-Mais ninguém sabe, mas eu sou sua bisneta e sua médica, por isso penso que sei mais do que ele e que toda a equipa.
-Oh bonito... uma médica do futuro.
-Aquele Óxinol não é de confiança. O meu chefe de equipa anda a dar-lhe informação a mais e ele nem é da família.
-O quê? Eu preciso mesmo de uma bebida...
-Eu sei que isto deve ser muito para si, mas eu preciso que se mantenha calmo, e eu conto-lhe o que sei.
-Mas antes de mais nada... Eu não consigo controlar nada do meu tórax para baixo!
-As lesões que sofreu são graves. Os meus colegas de equipa, todos de pontos anteriores no tempo só conhecem uma forma de abordagem: tratamento com nanites pré-programadas por um neurologista. Por cá isso está fora de questão. Não temos um único neurologista programador, nem o equipamento necessário para escrever código em nanites. Isso está tudo nas mãos dos militares.
-Oh... vou realmente ser um grande heroi neste estado.
-O chefe disse ao Óxinol que com Fisioterapia, o sr ..
-Por favor.. não te dirijas a mim na 3ª pessoa. Deves ter mais ou menos a minha idade.
-Está bem, bisavô.
-E não me chames isso! Chama-me David.
-David! Pronto! A verdade é que sem nanites, a fisioterapia não vai fazer milagres por ti. Não sei o que é que o meu chefe tem em mente, mas não quero discutir com ele nem que ele perceba que eu venho de um ponto mais à frente no tempo.
-E eu a pensar que me ias dar alguma esperança. Espera... para eu ser teu bisavô, há qualquer coisa em mim que ainda vai ter de voltar a funcionar! Eu ainda nem sou pai!
-Como é que sabes? Já pensaste nas raparigas todas que foste deixando para trás? Gostarias que fizessem o mesmo a uma filha, neta ou bisneta tua?
Lagrange corou e calou-se.
-Tu deixaste-me uma carta lacrada, ainda escrita em papel que passou de geração em geração até mim. Foi-me entregue pela minha mãe, no dia em que fui admitida como médica na frota astral.
-Dizia-te alguma coisa interessante?
-Não te vou dizer. Tens de tomar as tuas decisões sozinho. Não porque estão escritas.
Sabendo que este dia eventualmente chegaria, há 5 anos que trago comigo, neste colar nanites especiais, pré-programadas e autoprogramáveis, que ainda não foram inventadas no teu tempo. Para além de curar-te vão dar-te alguns extras que te vão ser úteis quando fugires daqui.
-Fugir?
Glorie começa a preparar uma injecção e continua a dar instrucções.
-Amanhã de manhã as nanites já terão completo o trabalho. Uma enfermeira virá dar-te o banho. É bom que não suspeite de nada, portanto, nada de mover um músculo. Assim que ela sair tens cerca de 20 minutos em que não haverá um médico nos corredores principais. Estamos dentro de um destruidor do teu tempo, não deves ter dificuldades em encontrar uma saída.
-Eu não conheço o design de um destruidor! Esse plano não me ajuda! AI. Isso doeu! Que raio de médica! Nem sabes dar injecções!
-Não te preocupes com nada, a dor foi propositada. As nanites vão ajudar-te. Agora vou sair. Vou dizer aos meus colegas que continuas sem alterações e que ainda tentaste seduzir-me...
-Sim, vai contribuir para a fama do bisavô... Mas antes aproxima-te, por favor.
Glorie aproximou-se e Lagrange deu-lhe um beijo na testa.
-Obrigado por tudo. Ainda não sei se deva acreditar em ti, mas prefiro-te a ti do que ao outro tipo.
Glorie sorriu e saiu.
Na manhã seguinte, passou a enfermeira para dar o banho.
-Sabe, hoje eu estou acordado... vou vê-la a dar-me o banho.
-Eu sou uma profissional. Nunca um doente teve uma única queixa de mim.
-Ah, você mata quem tiver motivos de queixa!
-Não diga disparates.... Meu Deus!!!!
-Que se passa?
-O seu... o seu... Está muito, mas mesmo muito maior!
Lagrange olha para baixo, volta a olhar para a enfermeira e começa a rir-se
-Pensei que o tamanho não interessava!
-No seu caso eu tenho de ir informar os médicos. Pode ser um tumor.
-Por favor, dê-me o banho antes...
-Sim, deve ser melhor.
E a enfermeira pega na esponja e dá-lhe o banho.
-Sabe, nunca me disse o seu nome, e não está na sua bata como seria normal.
-Oh, peço desculpa. Chamo-me Natália Sofia. Estamos sem material para por os nomes nas fardas. Espere! Eu vi-o mexer a perna!
-Hã? Sabe perfeitamente que isso é impossível.
-Não, eu sei perfeitamente o que vi. Espere, eu vou mesmo chamar um médico.
-Não faça isso...
A enfermeira afasta-se a correr,
-Bolas! Não podia ao menos dizer-me onde posso arranjar um pijama?
Lagrange salta da cama e começa a correr nú  pelo corredor vazio até apanhar a enfermeira.
Caem ambos no chão. Lagrange tapando a boca da enfermeira diz:
-Peço imensa desculpa Natalia. Só quero lhe pedir que diga onde arranjo roupa e pedir-me que lhe explique porque é que não há mais ninguém por cá. E não faça nenhum disparate.
-Somos apenas 3 enfermeiros e dois auxiliares para 90 doentes acamados. Por favor não me faça mal.
-Natália, eu só quero roupa e sair daqui.
-Mas ainda não lhe deram alta!
-Juro que se me sentir mal eu volto. Onde posso encontrar roupa?
-Existem uns balneários com cacifos no princípio do corredor. Ainda devem ter as fardas e equipamento da tripulação.


-Muito obrigado Natália.Peço-lhe que se mantenha deitada por mais 10 minutos, só para me dar tempo de sair daqui. Em troca eu vejo o que posso fazer para que as suas condições de trabalho melhorem.
Lagrange dá-lhe um beijo na face e e mais uma vez corre completamente nu, aceleradamente pelo corredor até aos balneários. Lá encontra vários cacifos identificados com os nomes dos médicos, incluindo o da Glorie e algumas dezenas de cacifos fechados.
Lagrange arromba o cacifo de um “Frank Stewart” e felizmente logo nesse encontra roupa à sua medida.
Entretanto, Natalia chega à sala dos médicos e diz:
-O paciente Lagrange! Acabei de o ver a correr... e tem o coiso muito maior!
-Isso é impossível, não brinque!
-Coiso maior? Está a falar de quê?
- O pénis – Responde Natália com um ar sério!
-Foste tu que combinaste isto com ela? -Pergunta um dos médicos a Glorie -Olha para a cara dela! Tão séria!
-Senhores, eu não estou a brincar, ele saiu a correr até aos balneários!


(... continua, aqui )

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

As aventuras de Capitão Lagrange: Capítulo 1 - Introdução (2ª parte)

Por Matemaníaco
(continua daqui)
-Tive acesso à sua ficha. Você foi um excelente piloto no seu treino de simulações, melhor do que muitos experientes cá fora na realidade, sei inclusivamente que você é quem comandará a frota que nos tirará daqui.
- A minha ficha é material classificado do Império Mat da coligação dos Impérios! Se está aqui há três anos como é que conseguiu vê-la? E isso de eu comandar a frota que nos tirará daqui.. Eu nem sei onde é “aqui”. Tanto quanto eu sei, o senhor pode ser alguém a mando de outro imperador só para conseguir extrair-me alguma informação.
-Sabe há quanto tempo está aqui?
-Talvez dois ou três dias? Uma semana no máximo!
-Um ano. Você neste momento nem consegue andar.
-Peço desculpa?
-Quando foi recolhido, estava em coma, tinha vários ossos partidos, órgãos destruídos, e sob o efeito de muitos tipos de radiação. Trazê-lo de volta foi um verdadeiro milagre! Sei muita coisa sobre você porque uma das naves que chegou cá, veio do futuro, onde você é uma lenda histórica.
Sei como veio aqui parar, histórias do seu tempo na academia militar, tudo sobre a sua infancia em cargueiros civis, e repito, sei que comandará a frota que nos tirará daqui, sei como se chamarão todos os seus filhos, alguns dos seus netos, que a coligação dos Impérios sofrerá uma divisão... Ponha-me à prova. Há muito pouco sobre si que eu não saiba.
Lagrange estava incrédulo.
-Está bem, vou entrar no seu jogo. Diga o tamanho do meu instrumento quando não está flácido.
-É uma pergunta retórica ou está a falar a sério? Como não quero envergonhá-lo espero que a enfermeira saia.
-Não precisa, eu dei-lhe banho hoje de manhã.- Respondeu a enfermeira que aparentemente ouvia a conversa.
-Não vale! Isso é batota! Se ela já viu, deve ter comentado com os colegas e de alguma forma a informação chegou a si!
-Acha mesmo que esse tipo de informação me interessa? Eu sei o valor mas é porque está no diário da sua futura esposa, e esse diário será de estudo obrigatório em todos os cursos de literatura imperial, da futura aliança TASCA, e motivo de anedotas nas gerações futuras de todas as vertentes de defesa imperial.
-Não se preocupe, não é o tamanho que interessa- sorriu-lhe a enfermeira
- Engraçadinha.
-Tem alguma questão em particular?
-Sim, diga-me o nome da primeira rapariga por quem me apaixonei na primária, mas nunca lhe contei.
-Joaquina Mendes.
-Depois dessa?
-Cristina Ano-Luz. Olhe.. eu sei que é, sempre foi e continuará a ser um grande mulherengo, mas não quer mudar de assunto?
-Mulherengo eu?
-Com 45 namoradas até aos 18 anos não sei o que quer que eu lhe chame...
-Ok, Quem me convenceu a entrar na academia imperial?
-A sua professora de educação física Joana Torres, que resistiu aos seus avanços.
-E quando foi que...
-Espere, eu tenho uma ideia melhor. Vou contar-lhe algo que mais ninguém sabe e ficamos por aqui, pode ser?
-Não estou a ver como...
-Comandante David Lagrange você aos 15 anos perdeu um jogo de Xadrês na segunda eliminatória para Xic Taylor do planeta Achenar239, na altura planeta independente. Passou duas horas a chorar no duche e só parou porque acabou a água. Passou o resto do dia com óculos de sol a ver desenhos animados holográficos, e quando seus pais chegaram, disse-lhes que perdeu o jogo mas que não era nada de especial.
-Nunca contei isso a ninguém!
-Vai contar isso um dia a um filho seu que por sua vez o escreverá na introdução de um livro sobre você.
-Sabe muito sobre mim.
-Passei 6 meses a estudá-lo antes de você chegar.
-Há por aqui alguém desse futuro?
-A maioria morreu, mas sobreviveram algumas pessoas. Em particular, uma concubina do Imperador Armaggedon foi muito útil ao dar-me informações sobre o seu futuro próximo.
-Se ela contou-lhe sobre mim, porque é que não salva você esta gente em meu lugar?
-Como não percebe nada de mecânica temporal, vou por-lhe em termos leigos: Não podemos mudar a história,
-Mas você contou-me que eu vou comandar a frota que sairá daqui.. isso não me dá liberdade para mudar o futuro?
-Não. Você ouviu o que tinha de ouvir. Foi tudo calculado por forma a que você cumpra o seu papel na história.
-Eu não gosto dessa história de já ter o meu destino escrito! Eu faço o meu destino! Isso são tudo tretas! Hã? Porque é que eu não consigo me levantar? Que me fizeram? Socorro! Cabrões! Vão pagá-las! Filhos duma grandessíssima p...
Gritou Lagrange enquanto tentava desesperadamente mexer-se. A enfermeira aproximou-se e deu-lhe mais uma injecção e pô-lo a dormir.
-Isto vai demorar. Não tem piada saber o futuro se vamos levar imenso tempo a lá chegar.
Óxinol saíu da sala... atravessou vários corredores gigantescos naquele destruidor despenhado no planeta com aneis, que agora servia de hospital improvisado. À porta estava um caça à sua espera.

-Como correu? - perguntou o piloto
-Missão cumprida. Agora espera-lhe uma demorada fisioterapia.
-Fisioterapia?

-De acordo com a equipa médica ele não deve conseguir voltar a andar sem um tratamento de injecções de nanites programas por um especialista em neurologia. Temos nanites, não temos um especialista. Até encontrarmos um, não podemos ter as últimas nanites paradas
-Então, vamos usá-las em quê? É suposto ele ser o nosso salvador!
-Que se salve a si mesmo primeiro. Vamos usar as nanites a reconstruir cargueiros e naves de batalha. Vamos explorar a vizinhança, obter recursos e tratar este planeta como se fosse um planeta colonizado em qualquer um dos impérios intergalácticos.
-Sim mas para isso vamos precisar de um imperador.
-Felizmente, caiu-nos um do céu...
(... continua, aqui )

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Exterminador e Implacável


por Matemaníaco

Se bem me lembro,
foi numa tarde de Setembro,
Ainda sóbrio estava Bejekas
a limpar o pó das canecas.
Entra o ferrugento exterminador
Precisava mesmo de  manutenção
mas só pediu um canecão.
E até pediu com "se faz favor".

Pouco depois chega outro imperador
Pede uma colher,
Mas sem o "o faz favor"
E finalmente, uma bela mulher.

Ao vê-la foge um cliente
e mais um
e ainda mais um
fugiu muita gente.

Pergunta Bejekas preocupado:
"Eles conhecem-na de algum lado?"
"Faça-me Uma caipirinha"
"És tu Isabelinha?"
Perguntou Exterminador, sem a olhar.
E o silêncio ficou no ar.
Aproximou-se o da colher.
"Olá, sou o Implacável, muito prazer!"
"Faz o favor de desaparecer!"
"Isso não é forma de me responder!"
"Se calhar preferes que te mande f..."

"Afasta-te! Ela é assunto meu."
Diz Exterminador num tom ameaçador
"Sim, são todas tuas ó Romeu!"
"Mostra-lhe como és homem Exterminador"
Ri-se a mulher.

E com uma rixa como nunca se viu,
o Balcão da TASCA ruiu.
Enquanto lutavam, foi com Bejekas que ela fugiu.
"Sabes, foi por mim que ela do convento saiu."

A luta parou.
"Desculpa? Esta é a tal?"
E Implacável se levantou.
Exterminador nem se chateou.
Deu um murro e Implacável voou.

"Vamos parar com isto, ou continuar noutro lugar
Mas sendo ela a tal, eu já não vou lutar."
"Ok, eu vou concordar,
mas és tu que vais limpar"

"Onde já se viu?
Lutar por uma oferecida"
-Diz Hara, aborrecida-
"Não! Limpam os dois!
Depressa. Eu volto depois!
Quero isto a brilhar!"

Exterminador e Implacável, passaram a noite a trabalhar
e a se insultar.
Assim nasceu uma
Uma estranha aliança que já fez muitos chorar.

PS: É para verem como o cinema não adapta bem história nenhuma. Acham que isto tem alguma coisa a ver com o filme "Exterminador Implacável"?

terça-feira, 25 de setembro de 2012

As aventuras de Capitão Lagrange: Capítulo 1 - Introdução (1ª parte)

Por Matemaníaco

Cargueiro Grande CG MAT4532534-2010,  Diário de bordo  1 de Setembro  de 2012  C0
Estamos a carregar Deutério para Ganymede. É uma viagem de pouco menos de 4 minutos. Temos ordens para depois juntar-nos a uma frota de exploração que partirá de [1:39:16].

Log Pessoal do comandante David Lagrange
Acabámos de sair de Ganymede, onde nos juntámos à 3ª frota imperial para uma missão de exploração.
Dentro de 30 minutos chegaremos a [1:39:16]. É a primeira vez que comando uma nave na frota imperial.
O pessoal aqui é demasiado disciplinado. Não estou habituado a tanta disciplina.
Nas frotas civis, onde cresci, há crianças, há tripulação viciada em jogos tipo oGame, bêbados e viciados em narcóticos.
Aqui, até as sanitas brilham, e o cargueiro já tem dois anos.
Após 5 anos na academia imperial, passei um ano a treinar em simuladores. Os simuladores também não me prepararam para algo tão organizado.
Como toda a tripulação, sinto-me honrado por servir o império. Sim, ... pois!
Vou ao bar da nave, e deixo isto em piloto automático. Para mim as bebidas são de borla.

Log pessoal do barman  Hic Bota Mais Um da Silva.
Faltava cerca de uma quarto de hora para o salto. O comandante chegou ao bar. Se me for permitido adivinhar, acho que como todos os anteriores comandantes saídos da academia que passaram por este bar, estava aborrecido com o excesso de disciplina e limpeza.
Pediu uma vodka preta. pedido pouco habitual. Não tínhamos. Pediu uma vodka normal. Saiu, levou a garrafa e não me disse mais nada. Parece que o comando imperial mandou-nos mais um idiota com manias.
Atendi mais dois ou três clientes, até chegarmos ao ponto de salto. Olhei à janela. e... a frota saltou.
Mas, não reconheci o local de chegada.
Além de idiota com manias, o burro não soube programar o salto! Ai ai, isto nunca tinha acontecido antes!
Havia um planeta com anéis e muitos destroços. Vi pela janela do bar naves da frota a explodir!
 Pouco depois, a gravidade começou a falhar e eu a flutuar.
 Juro que ainda não tinha bebido!


Log Pessoal do comandante David Lagrange, suplemento

Não sei o que se passou. A frota não saltou para as coordenadas previstas.
A frota rematerializou-se sobre um campo de destroços. Várias naves de batalha explodiram. Sobrou um destruidor. mas o tipo que a comandava, capitão da frota e meu superior directo morreu, com cristal enfiado na cabeça.
Não sei onde estamos, mas a única nave com instrumentos de leitura funcional, diz que estamos noutro universo.

Lagrange acordou no que parecia ser uma enfermaria improvisada. Sentia dores em todo o corpo.
-Está a bordo da NB Imperial HAR0032534-2010. O seu cargueiro perdeu suporte de vida, gravidade, e motores - disse-me uma rapariga. Não tinha uniforme imperial.
-Como é que vim parar aqui? Onde está o meu vodka?
-Descanse. Está em boas mãos.
E com uma injeção sabe-se lá de quê Lagrange perdeu outra vez a consciência..
Quando a recuperou, estava um homem de barbas sentado à sua frente. Lagrange olhou-o fixamente e não disse nada.
-Olá, meu nome é Óxinol. Sou um cientista ao serviço da Imperatriz Aivota.
-Não me diga... Também há impérios depois da vida, espero que também haja bebida, porque sem nada esta história não é fácil de engolir.
-Não, nada disso, o senhor e eu estamos bem vivos, mas muito longe de qualquer império
-Vá directo ao assunto, porque está aqui?E quando sair diga à rapariga que tenho sede.
-Eu estou aqui há 3 anos. Muitas expedições de vários imperadores perderam-se com um salto que ultrapassa o nosso conhecimento científico, e muitas outras ainda se perderão. Mas, eu acho que tenho uma forma de voltarmos ao império.Só que vou precisar da sua ajuda. Você tem treino de...
-Três anos? Espere lá, como é que eu vim aqui parar? Eu estava no meu cargueiro a logar o acontecido, após ter avaliado estragos e ...
-E?
-E... vi pela janela outro cargueiro a vir contra o meu! Como é que eu estou vivo?
-Não sei. Mas sei que é a nossa melhor hipótese para criarmos um portal de salto.
-Repita lá isso?
(... continua, aqui )

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Umas horas na vida de um Imperador (II)

Por Matemaníaco

Ganymede, lua em torno de Jupiter [1:39:4]

Como todas as noites, tenho as minhas concubinas no palácio carnal... Hoje não é diferente!
Só que hoje, apetecia-me mesmo ter a Troy. Minha conselheira e esposa do capitão da guarda, Bat Solo.
Sempre que brinco com ela, ela responde-me que é comprometida. Isso não é resposta!
Bem, se calhar, afinal até é!
Minha culpa! Foi a minha concubina preferida durante anos.
Um dia, dei-me ao trabalho de ver a ficha dela...e de várias outras.
Ofereceu-se para o lugar, tal como tantas outras cujo sonho é servir o imperador.
Passou nas provas de selecção, e deu entrada no meu harém pessoal.
No entanto, era diferente de muitas. Tinha formação multidisciplinar...
Era tremendamente inteligente e interessante. Podia ter sido uma cientista, uma médica, militar...
Com aquele currículo, como é que uma mulher pode querer ser concubina?
Segundo ela, era a única forma de poder que eu reparasse nela.
Tinha uma paixoneta por mim desde a adolescência.
Uma noite perguntei-lhe se queria ser minha conselheira.
Ela respondeu-me que queria ser minha mulher. Que morria de ciúmes de todas as outras concubinas.
Respondi-lhe:
"Sê minha conselheira. E um dia esse teu desejo pode concretizar-se."
Ela aceitou. Os primeiros dias foram péssimos, mas ela aguentou.
Uma concubina nunca tinha subido tanto na vida.
Mas ela aguentou firme, perante a hostilidade de outros meus funcionários.
Acabei por pedir a Solo que tratasse da segurança pessoal dela.
Durante vários meses, Troy demonstrou o seu valor. Suas sugestões na gestão do império destacaram-na perante todos os outros, e tornou-se popular, principalmente no seu paleta natal, Júpiter.
A minha admiração por ela cresceu tanto que me esqueci que eu tinha um harém pessoal.
Jantávamos juntos quatro dias por semana... Até ao dia, em que num desses jantares lhe disse que gostaria de passar mais tempo com ela.
Foi a primeira vez que ouvi:
"Senhor, eu sou uma mulher comprometida."
Aquilo atingiu-me como um relampago... mas ela, continuou.
"Solo esteve sempre comigo nos últimos anos. Tem passado mais tempo comigo numa semana do que o senhor em meses. Percebi que sou apenas uma serva de vossa magnificência, não uma companheira."
Mais uma vez, não consegui deixar de admirar a coragem dela. De facto eu mereci ouvir.
Qualquer outra pessoa, no mínimo seria expulsa do palácio.
Eu podia acabar com aquilo ali na hora, mas, o que saiu da minha boca foi:
"Compreendo. Posso continuar a contar consigo como minha conselheira e minha amiga?"
Ela olhou-me nos olhos e perguntou:
"Há algum motivo para as coisas mudarem?"
Sim, haviam milhões de motivos... mas mais uma vez o que me saíu da boca foi:
"Não!"
Até ao fim desse jantar não se disse mais nada.
Assim que ela saíu chamei Solo.
"Sim meu senhor?"
"Tu, voltas para o teu antigo posto de Capitão da Guarda, e a tua primeira ordem é, manda reabrir o meu harém!"
"E Troy?"
"Continua como minha conselheira, e se um dia quiserem, tu e ela podem casar, e terão a minha benção."
"Senhor... Casámos há um mês atrás."
Porra! Apeteceu-me mesmo matar o gajo!
"Tens as tuas ordens!"
Fiquei sozinho naquele enorme salão... Era a segunda vez que uma mulher se me escapava por entre os dedos.
Peguei no telemóvel e liguei para o Laboratório de Pesquisas.
"Abram o micro-wormhole, vou enfrascar-me à TASCA".
Desde essa altura que chego bebado ao harém.

Hoje senti particularmente a falta da Troy de outros tempos.
De repente, numa questão de segundos, vejo a minha frota mãe a sair do HiperEspaço, a despejar todos os recursos à minha frente e seguir para o hangar para manutenção.
É algo impressionante de se ver.
Enquanto caminhava pelos corredores do palácio ouvia as vozes das concubinas lá à frente... disputavam-me!
Meti-me na cama...e dormi por algumas horas.
De repente soam os alarmes. Olho para o meu comunicador e vejo que foram detectadas sondas hostis a aproximar-se de Ganymede e Júpiter.

"Mover frota para Júpiter! Quando lá chegar, as sondas já terão passado e não detectarão a frota!" grito ao telemóvel.
A frota parte...deixando os recursos, que foram detectados pela sonda!
Mas que dia de merda!
Assim que as sondas se afastam do planeta dou ordem para o regresso da frota, enquanto corro para o centro de comando. Ouço a IA que gere a base lunar em Ganymede:
"Senhor, temos uma frota hostil a dirigir-se para cá."
"Origem?"
"A mesma das sondas: [1:38:6]"
"Manda esta mensagem ao senhor: Não há nada para ti aqui."
Ao fim de alguns segundos, a frota hostil voltou para trás.
Segundo minhas instruções, os meus cargueiros pegaram nos recursos e mantiveram-se no hiperespaço até o regresso das 7 frotas de recicladores que tinham partido ao serviço da aliança.
 Assim que as sete frotas regressaram, os cargueiros saíram do hiperespaço, e houve fusão de frotas.

Solo aproximou-se de mim e disse:
"Sabe, um dia eu gostaria de partir numa missão de exploração."
"Solo, se não fosses casado com Troy talvez, e só talvez te deixavasse partir."

"Se o senhor fosse esperto, deixava-me partir. Se eu desaparecesse, Troy ficava livre para si."
Fiquei sem palavras. Olhei-o fixamente e acabei por lhe dizer.
"Solo, justamente por seres o melhor para Troy é que não te deixo partir, pelo menos, sem ela."
"Obrigado senhor! Tirou-me um peso de cima senhor! "
"Eu jogo limpo e perdi...Ela nunca me perdoaria! És um excelente capitão."
"Obrigado senhor!"
Vou para a TASCA. Qualquer coisa, avisa-me."


E enquanto me dirigia para o laboratório de pesquisas para me abrirem um micro-wormhole para a TASCA pensava:
"Otário... sou mesmo mesmo otário!"
Mas bem bem lá no fundo, mais fundo que o local mais fundo de todos os universos, eu sabia que tinha agido correctamente.


domingo, 23 de setembro de 2012

Umas horas na vida de um Imperador (I)

Por Matemaníaco
Tinha ficado com um cabelo da Maria dos Prazeres preso no meu uniforme.
Se a história do Exterminador fosse verdadeira, eu poderia ganhar algumas toneladas de recursos, ao entregar alguém odiado por todos.
Já quase toda gente tinha saído da TASCA. Quem não tinha estava a dormir sob o efeito da bebida.
Recorrendo aos micro "worm-holes" artificiais que nos permitem a todos ir à TASCA esquivei-me para o laboratório de pesquisas no meu planeta principal, Júpiter [1:39:4] e entreguei o cabelo ao doutor Hamilton.
Pedi-lhe que com base na análise me criasse um modelo holográfico do ser humano a quem pertencia esse cabelo.
Em poucos segundos, Hamilton volta e projecta-me o holograma de uma deslumbrante Maria dos Prazeres completamente despida.
"Gosto da vista, mas põe-lhe alguma roupa."
"Sim meu imperador"-respondeu-me embaraçado, premindo uma tecla, e pondo um biquíni azul no holograma.
"É possível que esta rapariga alguma vez tenha sido homem?"
Hamilton pressiona 3 teclas, ela fica mais vestida!
Depois, aguarda meio segundo, vira-se para mim e responde.
"Não imperador! Esta mulher sempre foi mulher!"
E a holograma ficou em biquíni.
"Podes ver se tem alguma relação com o burlão Sócrates Coelho?"
Hamilton pressiona várias teclas, e ao fim de um minuto responde-me:
"Meu senhor, isto ainda vai demorar para ter uma resposta com o rigor a que me habituou, mas parece que Sócrates-Coelho fez uma operação e agora é um sósia desta rapariga. Os nossos serviços de espionagem indicam que foi visto/a pela ultima vez nas vizinhanças do planeta principal do excelentíssimo magnificíssimo imperador Exterminador".
"Envia uma cópia disso para todos os imperadores da Aliança."
A minha cadeira identificou os meus sinais biométricos e autorizou o envio.
"Capitão Solo, destaque um pelotão ninja para proteger a menina Maria dos Prazeres da feira de abstecimento. Todos os membros do pelotão devem ter um software biométrico instalado nas lentes."
"O pelotão estará pronto e em serviço dentro de uma hora senhor".
E saí para os meus aposentos no palácio Galileano.
Lá esperava-me a conselheira Troy.
"Mais uma beldade protegida senhor?"
"Sabes como sou eu com as mulheres bonitas Troy, incluindo tu."
"O senhor sabe que sou uma mulher comprometida."
"Sim, sim, o capitão Riker..."
Ela sorriu.
"Não lhe chame isso senhor. Sabe que não temos nada a ver com Star Trek."
"Ele é o melhor guarda pessoal que já tive, mas de certeza que não gostaria de ser minha? Ele é um capitão, eu sou o imperador."
Troy corou.
"Um imperador, entre muitos."
"Sabe, respeito uma mulher fiel ao seu coração. Pode voltar ao seu trabalho. Diga ao seu marido que se o pelotão fizer bem o seu trabalho e a rapariga nem notar a presença dos ninjas, dar-lhe-ei o cargo de governador no meu planeta na G4"
"Muito generosa, essa oferta senhor, mas não será exagerada? É apenas uma rapariga!"
"Sabes Troy, Solo já salvou a vida dos habitantes de Júpiter mais vezes do que eu estive bebado! Isto é apenas uma desculpa, e uma mensagem para todos os meus homens: os melhores serão bem recompensados."
"Senhor, já é noite. Como sugeriu enviámos as suas concubinas preferidas para a lua Ganimede, para o palácio carnal."
"Noto algum desaprovo na tua voz?"
"O senhor precisa de uma mulher a sério, não de concubinas!"
"Bem, Troy, tu já és comprometida!" Sorri-lhe eu.
Para ser honesto, apesar da cativante beleza, inteligência, fidelidade, sorriso, amizade, confidencialidade, companheirismo (e não posso contar mais porque o marido dela pode ler) de Ítaca Troy, ela não era a mulher dos meus sonhos.
Nem María dos Prazeres...
Há uma razão para o meu nome, a mulher dos meus sonhos é a mulher mais poderosa de todos os universos.
Chama-se Matemática...
A história fica para outro dia.
Chegado a Ganymede num dos recicladores de serviço, fui escoltado até ao palácio.
Lá, as mais belas concubinas de todo o império esperavam-me. Nenhuma é sequer parecida com ela...
Mas, sendo eu imperador... acham mesmo que vou me fazer esquisito?
Ahahahahaha!

Um dia de compras

Por Bejekas e Matemaníaco

Matemaníaco:
Bom, depois da bebedeira de ontem... (para me acordar, o Bejekas trocou um barril de cerveja por um de água e mal o sabor daquela coisa estranha me chegou à boca eu acordei e disse todos os palavrões que já aprendi na vida).
 O Bejekas decidiu arranjar algo confortável para ele poder descansar na adega... de preferência debaixo de uma pipa ou de um barril. Eu achei excelente ideia, e se fosse barato, comprava um para mim e punha na conta da TASCA. Fomos a um dos armazéns dos nossos fornecedores...
Ao chegar ao armazém "toma lá Paga-já"...

Bejekas:

 À chegada ao armazem as cadeiras ate eram engraçadas, mas nem toda a merda entra na adega da tasca. Eu olhei para o Mates, o Mates para mim e dizemos: "Naananannana vamos a feira" E lá fomos nós. Apanhámos nos nossos Ernesto e Eulaolio e seguimos para a feira... (aqui deixo a foto do nosso transporte):
   
 Ao chegarmos a feira,lá fomos nós ver as promoções. Só se ouvia:
  Ó freguês, ó freguês é a 100! 
Ó freguês, ó freguês é a 100!
 Ó freguês, ó freguês é a 100!
 Ó freguês, ó freguês é a cento e cem!

  Matemaníaco:
Eu olhava para tudo o que usava saia até que o Bejekas encontrou uma coisa bem decente. Foi pagar e por na conta da TASCA, com a minha aprovação. Ao receber o talão (achei muito estranho aquele talão ser ainda em papel) o Bejekas diz-me:
"Olha, fui o cliente 1M"
Eu olho para o talão e confirmo:
"Pois fomos!"
 Viro-me para a giraça a quem pagámos e pergunto:
 "O cliente 1 milhão não tem direito a bónus?"
A rapariga olha para o meu aspecto e responde muito rapidamente:
 "Não!"
O Bejekas, sentindo-se insultado pela forma como ela me tratou, pisca-me o olho e diz para a rapariga: "Nós somos gerentes de uma TASCA, não sei se já ouviu, famosa pelos seus tremoços, podemos temperar-lhe todo o seu stock grátis!"
A rapariga, respondeu logo:
 "Nesse caso têm direito a mais duas cadeiras, mas não dispensamos o vosso tempero."
 O Bejekas...dirige-se para os tremoços e diz-me:
 "Bora lá Mates, vamos arranjar espaço para mais cerveja."
 E, assim foi, "temperámos" os tremoços. (Aquilo deu-me sede.)

  Bejekas:
Depois de esvaziar a bexiga lá fomos nós. Chegamos ao Manel cigano e perguntámos-lhe como estávamos de pipas. É que com o aumento dos litros consumidos temos de melhorar a adega. O Mates foi logo provar o mel, enquanto eu fui por as 3 cadeiras nos burros. Quando cheguei, por meu espanto reparei que o Mates ja estava meio bêbado( bom sinal: quer dizer que a colheita é boa). Ao sair da barraca do Manel cigano,lembrei-me que faltava algo para as nossas meninas e lembrei-me logo da Joaquina. Lá fomos nos para a outra ponta do mercado. Ao chegar lá, vímos :
   

 O Mates disse logo:
"Uiuiui isto vai ser um bom presente!"
E eu digo:
 "Epa! Espera aí que falta algo para animar a noite na TASCA!"
Olhei para o lado e encontrei logo o que faltava:
 
  Matemaníaco:  
 Quando me viro para o outro lado, enquanto o Bejekas encontrava "o que faltava", vejo a Maria dos Prazeres, a giraça que nos vendeu as cadeiras, toda transpirada. 
 Eu ignorei-a porque pensei que fosse algum delírio meu graças a qualquer coisa que eu tinha provado um pouco antes. Lembro-me que o Bejekas perguntou-me onde estava a minha educação, e foi então que percebi que a rapariga era real. 
Pus um daqueles meus irresistíveis sorrisos desdentados e perguntei: 
"Ah... é mesmo a menina! Desculpe a indiscrição, o seu nome é merecido?" 
Ela não deve ter percebido a pergunta, porque fiquei sem resposta: 
"Passaram os fornecedores da assembleia da república e levaram todo o stock de tremoços, a patroa quer que vocês nos temperem mais alguns e ainda assinem contrato connosco para nos fazerem esse serviço uma vez por semana."
 Eu respondi: 
"Não me leve a mal, mas consigo por perto o tempero não vai ser o mesmo"
 O Bejekas fechou-me a boca e diz:
"Desculpe o meu amigo! Esteve a provar aquilo que agora é a nossa nova reserva, mas o que ele quer dizer, é que gastámos todo o tempero naqueles que lá estavam! Mas não se preocupe que os nossos burros ainda têm algum..."
Ela respondeu:
"Ah.. a patroa apanhou os vossos burros a mi.. isto é a urinar um dos baldes com tremoços e teve de os deitar fora. Mas como à vossa custa vendemos mais tremoços hoje que num ano inteiro a patroa fecha os olhos e não se chateia"
Eu perguntei:
"Mudando de assunto, que acha destas prendas que temos para as nossas amigas da TASCA?"
Ela riu-se e respondeu: 
"Se me derem a vossa morada, eu passo a ser cliente" (...) 
Ao fim de algum tempo, a rapariga voltou à sua tenda e eu e o Bejekas chegámos à loja do Zé das Canecas, o tipo que nos vende copos e canecas.

  Bejekas: 
O Zé das Canecas é o homem! É mesmo o maior! 
Quero dizer, maior maior è o Lelo do talho com 2metros. Mas o tipo mesmo tendo 1.50m sempre vem com as suas piadas de quando è que a nossas meninas vêm ao mercado... 
O Mates, como quando está bêbado (diga-se a verdade, nunca o vi sóbrio), não admite que falem assim das meninas disse logo:
"Foge Zé Que te vou dar um pontapé!" 
Como aqui o Bejekas ainda estava a pensar no que a Maria dos Prazeres disse, quando olhei e despertei da minha fantasia o Mates quase meteu o homem dentro da caneca!
Só visto!
Bem, voltando a ter calma e a olhar para as novidades, ví logo uma caneca pó PorcoSujo:
 O Mates, quando viu a caneca disse logo:
 "Bejekas essa é mesmo a cara do Porcalhão!" 
 Já tendo presentes para as 3 meninas, as 3 cadeiras para o Bejekas, Mates e BoinaVerde (duas delas à borla) e a caneca do PorcoSujo, faltavam ainda alguns presentes. Dei uma volta pela tenda, enquanto que o Mates estava a ajudar o Zè a sacar a caneca da cabeça. Reparei em algo engraçado, e lembrei-me logo que o pessoal tem de andar com segurança.
 Saí a correr da loja do Zè e fui até à "tia" Maria.(Mãe da Maria dos Prazeres, a boa das cadeiras.)
 Comprei uma para cada um dos que faltava.

Matemaníaco:
Assim que o Zé tirou a caneca da cabeça, pediu-me desculpa por ter se referido às meninas como se fossem o seu rebanho nas serras do planeta 17 na G10.
Aí, não deu para aturar mais. Dei-lhe um soco nas fussas e o tipo caiu inconsciente no chão.
Toda a gente sabe que não existe G10 nem planetas com numeração superior a 15 no Universo 25.
 Nisto entrou o Cobrador, vinha buscar uma dívida antiga.
 Pedí-lhe desculpa.
 Ia ter de voltar outro dia porque eu tinha deixado o tipo inconsciente no chão.
Sugeri-lhe que se pagasse em canecas. Então o Cobrador lembra-me sabiamente:
 "Sabes, não percebo porque é que vocês vêm aqui! Toda a gente sabe que vocês bebem directamente do barril, e que os copos da TASCA são indestruíveis! E hoje só me atrasaram trabalho!"

 Pedi-lhe mais uma vez desculpa... e fugi a sete pés para a TASCA.
 A imagem da Maria dos Prazeres em T-shirt molhada... isto é transpirada não me saía da cabeça. Chegando à TASCA, estava o Bejekas a guardar as prendas, o BoinaVerde a fazer zapping , a Hara e a Aivota a jogar dardos, o PorcoSujo a reclamar que tinham limpo o cantinho dele.
 Chegaram-me os relatórios da últimas e lucrativas explorações espaciais.
O Bejekas dá-me uma cotovelada e mostra-me uma foto da Maria dos Prazeres, tirada por uma sonda de espionagem, numa praia de nudismo, num planeta do Sistema Solar 4:23.
 Entrou o Exterminador e, vendo a foto diz-nos:
"Ficou numa belíssima mulher. Antes da operação chamava-se Sócrates Coelho e era um vigarista. Fugiu do meu império, onde tem a cabeça a prémio, e para não ser reconhecido..."
 Eu olhei para o Bejekas e disse
"Eu tenho uma mente muito aberta..."
E começámos ambos a vomitar.
 Se calhar a bebida não estava assim tão boa.

FIM

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

A TASCA

Quem somos?
A TASCA do universo 25 é uma aliança do jogo oGame fundada no dia 14 de Setembro de 2012 por 18 dissidentes de outra aliança.
Neste momento somos um grupo de amigos no jogo. No entanto as nossas actividades e interesses já se expandiram muito para além do jogo, como podem ver neste blog. Por exemplo, gostamos de contar histórias.

Qual é o nosso objectivo?
O nosso principal objectivo é ter um grupo activo, participativo e com bom ambiente, dentro e fora do jogo.

Inimigos
Não temos "inimigos" no jogo. Os nossos ataques no jogo não são nada pessoal: é apenas jogo e respeitamos as regras.

E o Blog?
O blog serve essencialmente para contarmos histórias. Nada mais. Nem precisam de jogar oGame para ler ou perceber as nossas histórias.
O blog nasceu no dia 23 de Setembro de 2012 com o post "Um dia de compras".
Aqui podem participar todos os membros da TASCA com conta blogger.
Obviamente, em caso de disparate, o administrador do blog apaga os posts disparatados.

Posso juntar-me a vocês?
Neste momento só aceitamos convidados nossos.


Matemaníaco, 23 de Setembro de 2012