sábado, 29 de setembro de 2012

As Aventuras de Capitão Lagrange - Capítulo 2 : Encontro no espaço-tempo (parte 1)

Por Matemaníaco
(Continua daqui)
Há 10 anos...
Planeta Principal [1:56:5]
Capital 1 de Dezembro de 2002 C0
Hara era uma rapariga da noite, tal como a grande maioria dos jovens de Principal. Gostava de dançar e de se divertir. Por perto, andavam sempre alguns seguranças do reino, pois não era uma rapariga assim tão usual. Era a única herdeira do rei Flavius Claudis oGamus, seu tio.
-Uma imperial
-Não achas que já bebeste demais?
-Achas mesmo que eu entro sóbria numa nave de batalha?
-Numa nave da batalha?
-Daqui a duas horas tenho de estar no espaço-porto para uma missão de exploração espacial
-Escuta a opinião de quem já saíu do planeta várias vezes: Entrar num ambiente de gravidade artificial bebado só piora a ressaca...
-Isso é para ti. Eu tenho nanites! Amanhã de manhã eu estou mais sobria que o meu tio, quando quer me dar um sermão.
-Nanites? Não me arranjas disso?
-São exclusividades da realeza. E não penses que me esqueci que já largaste para aí metade das minhas amigas. Não mereces!
-Ora, as tuas amigas não são tu,..
-Vê se cresces Lagrange!

Hara bebeu e dançou até cair para o lado, altura em que um dos seguranças do reino, pegou nela ao colo e saíu da discoteca, afastando todos os seus amigos.
Os seguranças metem-se num dos carros reais, deitam Hara num dos assentos e dirigem-se a alta velocidade para o Espaço-porto
Chegados lá , um dos seguranças deu-lhe uma injecção de nanites 2.
-Isso não tem efeitos secundários?- perguntou outro segurança.
-Rapaz, hoje até foi uma noite calma para ela. As nanites poem-na como nova. Assim que estiver ok, saem do organismo pelos poros e entram aqui neste cartão, prontos para outra.
O segurança coloca o cartão no bolso da inconsciente Hara.
-Não te preocupes rapaz, tembem terás as tuas nanites quando chegar a altura. O rei exige que todos nós responsáveis pela segurança da casa real, tenhamos as nossas nanites. São pessoais, intransmissiveis, e devem ser carregadas uma vez por ano.
-E agora?
-Agora, vamos a dentro daquela nave de batalha e deixamos a princesa em cima da cama na sua cabine e saímos. Certifica-te que tens a identificação à vista, ou és abatido pela segurança automática.
E assim foi. Hara acordou uma hora depois, sóbria, já com a nave de batalha no espaço em direcção ao ponto de salto [1:5616].
Foi ao duche, vestiu o seu uniforme e dirigiu-se à ponte, onde estava o comandante.
-Boa noite comandante...
Hara lê o nome do comandante no seu peito
-Comandante Jamaica?
-Boa noite princesa. Pronta para a sua primeira exploração espacial?
-Podemos estar prontos para uma coisa destas? Pelo que li, costumam ser imprevisíveis, até parece-me idiota ter uma princesa, única herdeira numa missão destas.
-Não se preocupe, 90% delas correm bem. Esta não será excepção, seu tio garantiu que nesta missão só participariam os melhores.
-Sim, mas um destruidor não seria mais seguro do que uma nave de batalha?
-Sim, é! Mas esta nave de batalha tem algumas modificações que a tornam única. Espero que não tenha de as ver.
De repente houve-se a voz da inteligencia artificial que controla a nave:
“Chegada às coordenadas de salto.....Salto”
E a nave saltou...

Hara acordou deitada no chão. Assim como toda a tripulação. Pela janela viu um enorme campo de destroços e um planeta, com aneis.
Hara tentou ver o pulso do comandante.
...Estava morto.
A restante tripulação estava a acordar.
-Estamos a receber uma mensagem. - disse alguém.
-Vocês vão precisar de um novo comandante. Este, está morto.
Chega um jovem à ponte e diz
-Boa noite sua alteza, sou o sub-comandante McLopes, Vou tomar comando a menos que se oponha.
-A menos que me oponha?
-Como membro da casa real, pode tomar comando.
-Não... cumpra o seu dever. Eu não faço a mínima ideia do que fazer.
-Obrigado...- E levantando-se grita para o tripulante que estava nos comunicadores - Passem a mensagem.
“zzzzzzz Nave de batalha desconhecida. Se conseguirem ouvir isto, mantenham-se afastado do planeta com aneis. Está rodeado de destroços em zona de navegação, mas que não são detectados por nenhum dos radares”
-Identifique-se se faz favor.
“Meu nome é Óxinol, comandante da frota de sua magnificiencia a Imperatriz Aivota”
-Eu não conheço nenhuma imperatriz Aivota – Disse Hara a McLopes.
-Qual é o estado da restante frota?
-Senhor, eu estou acordado há cerca de 10 minutos e não encontro vestígios do resto da frota, e não parece ser falha do sistema.
-Onde estamos?
-O computador não consegue identificar o sítio onde estamos. Aparentemente estamos numa parte desconhecida do Universo.
-Portanto, estamos perdidos? - Perguntou Hara.
-Eu diria que sim, respondeu o oficial de comunicações.
-Relatório de Estragos- pediu McLopes
-Motor de salto em mau estado, mas deve aguentar mais um salto, o resto da nave está funcional.
-Estando nós sozinhos eu acho melhor saltarmos de volta para o nosso espaço – disse McLopes a Hara
-Isso é possível? Não sabemos as coordenadas de onde estamos.
-Esta é uma nave experimental. Entre outras coisas, inclui um protótipo de tecnologia que permite o regresso ao ponto do último salto sem ter as coordenadas actuais. Foi concebida para evitar que se percam naves..
-É suposto estarmos numa missão de exploração, não vamos investigar aquele “Óxinol” comandante da frota da Imperatriz Aivota?
-Sua Alteza, quer comandar?
“Subcomandante, acabámos de detectar e receber contacto de outra nave... é a Léon”.
- Não. Só acho que devemos investigar a mensagem antes de tentar regressar. Esta Léon fazia parte da nossa frota?
-É um dos nossos destruidores.
“Estamos à deriva, sem motor de navegação. A ponte explodiu e toda a tripulação de comando morreu..zzzz... recebemos uma mensagem zzz Óxinól zzzzz xxxx”
-Perdemos a comunicação senhor.
-Leme: Dirijam-se a eles. Vamos em missão de salvamento.
-Escute... aconteça o que acontecer, você fica nesta nave. O rei executa-nos a todos se lhe acontece alguma coisa!
-Claro que sim, e deixa-me ir numa missão de exploração espacial...
-Não vamos discutir isto. Discuta o assunto com o seu tio quando voltarmos. Nós temos as nossas ordens!
McLopes levantou-se e saiu da ponte.
Assim que a Nave de Batalha se aproximou da Leon, foi estabelecida uma ponte de transporte entre as duas naves e vários tripulantes e soldados entraram na nave danificada, junto com McLopes.
-Gravidade artificial avariada! Detesto surpresas destas.
-Senhor, há uma contagem decrescente neste monitor, mostrou um dos soldados.
McLopes diz: “ Alguém activou o portal de salto experimental, a nave salta dentro de menos de meia hora ...Eu odeio estas surpresas!”. Então diz para o seu comunicador:
-Fechem as portas e a ponte já, e mantenham a distancia- Não sabemos em que estado está esta nave e uma tentativa de salto desta nave pode dar cabo do nosso motor de salto.”
-Não seria mais seguro voltarmos?
-Voltamos quando soubermos que diabos se passa aqui...
Na Nave de Batalha, Hara ficou ao comando da nave, e concordou. Afastou-se o suficiente da Léon.
McLopes e a sua equipa encontraram vários tripulantes a flutuar pelo corredor principal do dormitório.
-Alguém sabe me explicar porque é que vocês têm o motor de salto em contagem decrescente?
Um dos tripulantes flutuou até McLopes e disse:
-A IA da nave avariou. Não temos como operar em modo manual até estar desligada.
-Bonito... como uma missão de babysitting se transformou nma missão de merda! Aceito sugestões!
-Estas IAs são computadores super-sofisticados ligados a todos os terminais e sistemas da Nave. Penso que em qualquer um deles, duas identificações de comando são suficentes para desligar a IA.-respondeu um dos tripulantes que vinha com McLopes.
-Uma das ligações identificações pode ser remota?
-Sim senhor.
-Óptimo, estabeleçam uma ligação com a nossa Nave de Batalha e expliquem a situação. Depois disto, ela também merecerá um nome, mas não deixem a IA tocar na ligação. Vamos para a sala do motor de salto e vejam se desligam o cronómetro. Vocês vêm comigo até aos terminais da sala das máquinas.
Após alguns entraves lá chegaram à sala do motor. Ligaram um dos dispositivos electrónicos portateis que traziam a um dos terminais e estabeleceram ligação à NB.
-Ligação estabelecida.
McLopes, noutro terminal pressiona algumas teclas. E de repente ouve-se a IA.
“Desligar a IA? Este procedimento requer a autorização de dois administradores de comando.”
McLopes insere a sua autorização.
Na Nave de Batalha, Hara insere a sua.
“IA desligada”.
-Pronto, desliguem-me essa contagem decrescente... faltam 60 segundos.
-Senhor .. o software de controlo do motor de salto foi apagado, estou à procura de cópias nos sistemas de backup!...
Encontrei. A reinstalar...
McLopes fazia figas
-”Isso está a demorar muito.. não há forma de acelerar isso?”
-”Isto está a ir o mais acelerado que pode, por favor não me stresse!”
-”Instalado! Estou a abrir o software... ”
No ecrã via-se
"6...5... 4...5...2...1.. . Salto".

-”Desligado”
Ouviu-se um grande estrondo.
Em todo o destruidor a gravidade voltou.
-Qual é o estado da nave?
Ouve-se num dos altifalantes: “A nave saltou. Reaparecemos à superfície de um planeta independente e desabitado em espaço conhecido. Metade da nave saiu do hiperespaço depaixo do solo, portanto, perdemos os motores.”
-Espaço conhecido? Onde estamos?
-[7:7:4] .
-Parece-me que esse motor de portal ainda precisa de algumas afinações. Aqui, o rei Flavius nunca saberá de nós
-Que fazemos senhor?
-Vocês são livres, mas eu tenho uma sugestão: Vamos tomar conta deste planeta e fundar um império.
Os sobreviventes olharam uns para os outros.
-Está a falar a sério?
-Muito a sério! E começarei por batizar este planeta: Terra!
-Senhor,... já existem várias Terras neste universo.
-E depois? Passa a haver mais uma. Só que esta será a nossa Terra, com as nossas leis...
E assim nasceu o Império de McLopes.

Do outro lado, Hara ao comando da NB não sabia o que fazer:
-Ele saltou e deixou-me aqui ao comando desta nave? Não tenho outra hipótese. Preparem o motor de salto! Vamos regressar!
-Sua alteza, o motor de salto está offline, permanentemente.- respondeu o piloto
-Como?
-Não tenho permissão para ver o relatório.
Hara aproxima-se de um terminal. O scanner óptico reconhece-a.
E fica escandalizada ao ler o relatório: alguém dentro da nave tinha sabotado o motor de salto.

Continua aqui)

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