quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Histórias dos Impérios da TASCA - Volume 1
III - A história de Óxinol
- parte II

por Matemaniaco

Alcão passou o projecto de Óxinol passou para as mãos de outros cientistas do centro, até que finalmente, ao fim de 21 horas alguém descobriu a causa da explosão da planta na holosala: nanovariações no fluxo de deutério. Não havia forma de corrigir isto com a tecnologia actual.
Aivota, por sua vez proibiu definitivamente a construcção de uma planta de fusão baseada nesta nova tecnologia, e exigiu que toda e qualquer nova forma de energia utilizada seja limpa e segura.
Óxinol confirmou a descoberta, e arquivou o esquema e toda a teoria da sua planta de fusão.
Alcão sugeriu-lhe vários outros projectos. Mas Óxinol rejeitou todos eles.
Estava desmotivado e não estava minimamente interessado em voltar a trabalhar no mundo científico.

-Vá lá Óxinol! Acontece!
-Eu demito-me. Vou dedicar-me à política. Quero fazer cair a imperatriz.
-Se não fosse ela a sugerir uma simulação estávamos a braços com um desastre ambiental e tu serias odiado por milhões.
-Não tem nada a ver com isso.
-Se isso vem a público a tua carreira política acaba.
-É algum tipo de chantagem?
-Não. Estou apenas a recordar-te que existe uma cópia dos nossos relatórios em todos os centros de pesquisas do nosso império, graças à nossa rede intergaláctica. Tira umas férias, e não penses em disparates.
Óxinol saiu e regressou à ilha de Sucellus.
Nos primeiros meses percebeu que a grande maioria das pessoas da ilha estava contente com o Império, e que se pudessem, as pessoas até votariam em massa em Tuga e na Imperatriz Aivota.
Mas lá conseguiu o seu grupo de descontentes.
Destes vamos destacar: Alinha, Omba, Erú e Apagaio, que foram nomeados vice-presidentes do grupo. Eles reuniam-se regularmente numa pequena localidade da ilha.
Óxinol: Se quisermos ver o império cair ainda nas vossas vidas vamos ter de mudar alguma coisa
Alinha:O segredo é dar cabo da imagem da imperatriz
Óxinol: Não tenham medo de recorrer a truques sujos. Aqui, os fins justificam os meios.
Erú: Os nossos truques sujos não podem ser públicos.
Apagaio: Alguma ideia?
Óxinol: Eu pensei numa coisa. Suponhamos que a imperatriz morre. Ela não tem herdeiros...
Omba: Espera, estás a propor um assassinato?
Óxinol: Um assassinato que ninguém suspeite que é assassinato, e que caso algo corra mal não dê para ser ligado a nós. Quero que pensem nisso.

Passados sete dias, Alinha apareceu com um plano.
AlinhaTodos os domingos, Aivota sai com os seus cem lobos...
Óxinol: Sim, vai ao templo do deus Sucellus.
Alinha: Um dos meus robots descobriu uma falha no sistema operativo que controla os satelites solares
Óxinol: Não brinques... eu fui o responsável pela criação e manutenção desse sistema durante dois anos e meio.
Alinha: Ainda bem que cometeste erros... A ideia é desviarmos os raios solares de um satélite e concentrarmos directamente em cima da imperatriz.
Omba: Ideia parva... Isso é detectável e a imperatriz será avisada a tempo.
AlinhaNão é... já foi feito antes. Lembras-te da história do turista que morreu de combustão instantânea?
Omba: Não?
Erú: há ano e meio, um turista ardeu completamente em segundos, à frente do grupo de turistas e da guia... no Polo Norte. Nunca encontraram uma explicação.Sobraram apenas cinzas...
AlinhaEra o meu ex. Posso fazer o mesmo à imperatriz. Assim que o trabalho estiver pronto, ponho o sistema a restaurar de um backup, e qualquer log da minha entrada deixa de existir.
Óxinol:  Brilhante. Agora só temos de maquinar a nossa entrada em cena para instaurar uma democracia...

Passaram várias horas a planear os detalhes, e o cenário repetiu-se nos dias seguintes.

Chegou-se ao Domingo do assassinato.
Apagaio estava a 100 metros do templo, e não podia se aproximar mais. Relatava o que via por telemóvel.
Alinha encontrava-se num cibercafé, disfarçada , com uma identidade falsa e a entrar no sistema informático imperial.
Oxinól estava no centro de pesquisas de Ria. Erú e Omba preparavam-se para marchar pela capital com dois exércitos de 10 000 robots cada, assim que tivessem confirmação da morte da imperatriz.

Aivota estava a menos de 20 metros do templo quando incendiou-se instantaneamente... e em segundos se viu reduzida a cinzas.
Apagaio confirmou a notícia a Óxinol, Omba e Erú. Alinha como combinado, activou o restauro de um backup, desligou-se da rede e levantou-se com um sorriso nos lábios.
Mas ao levantar-se tinha dois guardas imperiais por detrás.
-Alinha, está presa por crimes contra o império e por tentativa de assassinato da imperatriz Aivota.
Alinha não percebeu o que se passou mas manteve-se calada.

Omba preparava-se para sair do armanzém com os robots, quando todos lhe apontam as armas, o mesmo acontecendo com Erú.

Óxinol foi algemado por outro guarda que entrou no centro de pesquisas, à procura dele...
Alcão viu Óxinol a sair algemado e abanou negativamente a cabeça...

Apagaio, via os lobos a uivar, e diz:
"Computador, terminar a simulação"
A simulação é terminada, e Apagaio,  sai da holosala. Lá fora, estava a Imperatriz com um dos seus guardiões..
- Excelente trabalho agente Apagaio. Salvou a minha vida.
- Fiz apenas aquilo para que fui treinado. Que acontecerá aos criminosos?
- Quero-os exilados deste império...exceptuando a rapariga que acedeu aos satélites. Essa, quero-a presa por 10 anos, numa prisão de segurança máxima de um dos impérios com que temos boas relações. 

Nisto o guarda-costas Alo pergunta à imperatriz:
-Vossa magnificência acha isso cauteloso? Em qualquer outro império, a pena para tentativa de assassinato do imperador é... morte!
-Sim, mas eu não preciso disso. Acredito numa coisa chamada Karma!


No templo, a estátua do grande deus Sucellus modificou-se sem qualquer explicação. O deus agora sorria...

Dias depois... as naves que levavam os criminosos para fora do império desapareceram todas em anomalias espaciais.

A história foi transmitida a todos os impérios com boas relações com o da imperatriz Aivota.
E até aos dias de hoje, as plantas de fusão modificada estão proíbidas em todos os impérios da TASCA.




Agradecimentos nesta história:
mayNard e Aivota





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