quarta-feira, 17 de outubro de 2012

As Aventuras de Capitão Lagrange - Capítulo 2 : Encontro no espaço-tempo (parte 10)

por Matemaníaco
Continua (daqui)

Lagrange correu para os balneários, tomou um duche rápido, e ao por-se à frente do scanner, o computador dá-lhe uma farda de segurança, que ele rapidamente veste, e logo depois põe-se a correr pelos corredores para a porta 3.
“Foi um banho rápido, vais chegar a tempo, não precisas de correr”
“Obrigado NIA”
“Gostaste do balneário misto?”
“Estava vazio!”
“E qual é o problema disso? Ias só tomar um duche.”
“NIA, eu gosto de mulheres! Lindas, como tu, e se eu tiver oportunidade de as ver nuas, seja em que circunstancia for, melhor.”
“És tão... oco.”
“Sim, sou! E também quero ver-te nua.”
“A personalidade das pessoas não conta para ti?”
“NIA... és uma voz na minha cabeça. Raramente vejo o teu corpo e apesar de estares comigo só há alguns dias, gosto imenso de ti. Isso não te diz algo?”
“Incrível. Estás mesmo a falar a sério! Tu gostas mesmo de mim. Confirmei com os teus sinais vitais”
“Não podias só acreditar em mim, sem recorrer a tecnologia para me sondar?”
“Peço desculpa... obrigado pela parte que me toca. Mas não me vais ver nua!”
“Eu sei disso. Também achei que devias saber o que eu sinto.”
“Queres só ver mulheres nuas? Por exemplo a sábia é mulher!”
“Cruzes... Não distorças as coisas! Eu disse mulheres lindas!”
“A beleza está nos olhos de quem vê!”
“Já que consegues medir tudo em mim, aprende a fazer a distinção”
“Eu também gosto de estar aqui ligada contigo. Só que eu não tenho corpo. Sou apenas software a correr em nanites. Até a imagem que viste de mim foi fabricada. Eu não sou humana. Tecnicamente, não podes ver-me nua. ”
“Eu sei... podemos continuar a conversa depois?”
“Podemos conversar quando quiseres. Sabes disso.”
“Posso desligar-te por uns momentos?”
“Sim, podes. É seguro.”
“Não era isso que eu queria perguntar...ficas chateada?”
“Porque haveria eu de ficar chateada?”
“Está bem, desliga-te NIA.”
Lagrange chegou à porta 3, onde também estavam outras 3 pessoas. O scanner óptico não lhe levantou problemas.
A porta abriu-se, atravessaram um túnel invisível, gerado de forma análoga aos pequenos escudo planetários. Ao chegar ao outro lado, todos passaram por scanners ópticos.
“Hara, eu estou aqui, identificado como segurança da família oGamus”
Enviou Lagrange através das suas nanites, para Hara.
Hara, encontrava-se num salão, em reunião com vários cientistas e militares.
-Com licença minhas senhoras e meus senhores, eu já volto.
Hara afastou-se, pegou num comunicador e ligou para Otárius:
-Ele está aqui, é um dos meus seguranças. Faz com que chegue ao salão.
Em menos de um minuto, chegou um segurança ao pé de Lagrange e pediu que este o acompanhasse.
Lagrange acompanhou-o, e chegaram ao salão onde estava Hara.
-David!
Hara chegou ao pé dele e abraçou-o
Todos olharam para Hara.
-É um velho amigo!
-Tinhas mesmo de me chamar velho?- Sussurrou Lagrange.
-Estás mais velho...espero que mais maduro, e finalmente de pé.
-Agora vais explicar-me o que se passa aqui?
-Não, vou deixar isso para o comandante desta nave, tu, vem comigo.
Lagrange seguiu a rainha até à sala de refeições da rainha.
-Aqui ninguém nos ouve.
-Não me digas que não confias no pessoal que tens à tua volta nesta nave!
-David. Lembras-te da noite em que te falei das nanites imperiais?
-Não. Porquê.
-Foi a noite em que embarquei para aqui. Eu não vivi a tua história a partir desse dia.
-Espera lá... já me lembro. Tomaste uma piela e os teus seguranças afastaram-nos e levaram-te. Dizias que tinhas nanites e que no dia seguinte ias estar sóbria.
-Nesse dia eu embarquei nesta Nave de Batalha, e de forma que não deve ser muito diferente da tua, eu acabei aqui.
-Aqui, foste promovida a rainha.
-Longa história. A verdade é que preciso de ti.
-Tu também com essa história?
-Como assim?
-Quando acordei pela primeira vez, lá em baixo naquele destruidor, estava um tipo gordo de óculos...
-Sim, o senhor Óxinol. Afirma ser um cientista ao serviço da imperatriz Aivota, mas descobrimos que nos está a mentir e tem um passado bem obscuro. Tirando isso, por cá não o conseguimos ligar a nenhum crime, por isso fica com os cargos que tinha antes de descobrirmos isso, e só deixo atribuirem-lhe novos cargos quando ele conquistar a minha confiança.
-Aparentemente ele sabe muito sobre mim, e um suposto futuro eu.
-Sabe. A sábia ajudou-o no acesso à documentação. E foi ela que descobriu as informações sobre ele.
-São fidedignas?
-Demasiado.Tive mesmo de optar por uma política de protecção da informação, e recolher todas as bases de dados que encontramos nos destroços. Estão aqui nesta nave.
-Portanto o secretismo cá dentro, e fazer-me passar por segurança...
-Foi para não chamar a atenção de Óxinol.
-Mas não é um pouco exagerado? Bastaria demitires o homem!
-Preciso dele, por enquanto.
-Que raio de passado obscuro terá ele?
-De acordo com várias bases de dados, esteve envolvido numa tentativa de assassinato da tal imperatriz Aivota, numa tentativa de tornar o império numa democracia. Foi expulso do império e era para ser abandonado numa missão de exploração espacial, mas a missão acabou aqui.
-E ninguém o denunciou?É preciso ser louco para ainda acreditar nessa ideia ultrapassada de democracia.
-Não encontrámos mais sobreviventes daquela missão. Mas encontrámos sobreviventes de épocas anteriores que no garantem que ele é um homem respeitado.
-Desculpa o questionário... mas para que precisas dele?
-Para sairmos daqui vamos precisar dos recursos de um império, a investigar o que se passa aqqui. Todos os cientistas que tivermos são poucos. De todos os nossos sobreviventes ele é o único perito em tecnologia de energia.
-Estou a ver...
-Sabemos que existem muitos mais sobreviventes espalhados pelo planeta, e que muitos se recusam a juntar-se a nós.
-Porquê?
-Vamos mudar de assunto... Essas informações vão te ser transmitidas via nanites por mim.
-Nanites... ainda me estou a habituar a elas.
-Para construir um império, preciso de pessoas em quem eu possa confiar pessoalmente. Quero-te a comandar uma das minhas frotas. Começarás com a patente de capitão.
-Capitão? Mas eu sou comandante, isso é descida de posto!
-Comandante na frota de outro império. Aqui, capitão é quase o equivalente à tua patente, mas um pouco mais! Estarás entre homens muito mais experientes do que tu.
-Vais dizer-me que estás a fazer-me um favor?
-Não, que és das poucas pessoas em quem confio para o trabalho. Podes ser um traste, ter deixado metade das minhas amigas de rastos, mas tens um excelente currículo.
-Não tem nada a ver com o meu suposto futuro?
-Nunca quis saber dele . Sendo teu... as orgias descritas no “Império de may” devem ser consideradas contos infantis.
-”Império de may”? Não conheço.
- Eu faço com que te chegue um exemplar. Há lá boas sugestões para a construção de um império.
Acabei de dar a ordem via nanites. Já és capitão!
-”Capitão Lagrange”... outra vez. Bah!
- Apresenta-te ao comandante Otárius.
-Com esse nome, vou ter imensa confiança nele...
-Até à próxima Lagrange. Gostei de rever-te!
-Até à próxima. Fez-me impressão ver-te tão... nova.
Lagrange sai para o salão, onde é olhado por todos os presentes e diz:
-Não se preocupem... Ela gostou! Está só a recuperar o fôlego e já volta.
… e sai para o corredor.
“NIA liga-te.”
“Estou de volta.”
“Ela deu-me a patente de Capitão, e sabe-se lá o que vem a seguir!”
“Capitão Lagrange! Fica-te bem.. eu gosto!”

( Continua )

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