segunda-feira, 29 de outubro de 2012

As aventuras de Capitão Lagrange - Capítulo 3 : Os outros ( parte 5 )


por Matemaníaco
(Continua daqui)


Nave de batalha Esperança, cabine do subcomandante Pennus.

Dia Presente: segundo dia do terceiro mês do ano 1 [Data Cronos]. 24h50min

Pennus tentou várias vezes voltar a contactar NIA, mas não conseguiu.
"Isto não pode ser bom sinal."-pensou.
-Computador...Esquece. Estou cansado e já não estou em condições de pensar. Liga-me ao comandante Otárius.
"A estabelecer contacto..."
"Estabelecido"
-Comandante, estou há 20 minutos a tentar contactar a IA do capitão, mas não tenho resposta.
-Isso não é bom sinal.
-Estou cansado capitão. Peço para abandonar o serviço alguns minutos mais cedo e descansar. Não estou em condições de estar ao serviço.
-Está bem, está dispensado subcomandante.
-Obrigado meu capitão!
Penus esticou-se na cama se fechou os olhos.
Otárius, na ponte de comando estava sentado frente a um ecrã que mostrava o mapa supostamente conhecido do sector onde as simulações indicavam ter sido o ponto de origem do tal míssil.
-Isto não é trabalho para nós... Pennus tem razão, precisamos do Serguei e da equipa dele.
-Se me permite Comandante...
-Sim? Diga senhor Kim.
-Esta nave de batalha não é uma nave de batalha normal. Podemos activar a camuflagem, sobrevoar e scanear esses sectores.
-Sim senhor Kim... Ja Kim não é?
 Kim acenou afirmativamente com a cabeça.
-O problema é que podemos ter ali tecnologia 200 anos à frente do nosso tempo, por mais truques que tenhamos, somos a residencia oficial da rainha e não somos invulneráveis. Precisamos de informações.
 Neste momento a nossa tecnologia de espionagem vale zero!

Planeta Cronus. Sector 44-12 ?.
Dia Presente: segundo dia do terceiro mês do ano 1 [Data Cronos]. 25h30min

Lagrange acordou mais uma vez numa enfermaria, mas nesta, todos os médicos e enfermeiros eram robots.
Na cama ao lado estava o cabo Gonzalez a ser tratado por outra equipa de robots.
"NIA?" - Pensou Lagrange... mas NIA não respondeu.
"...Está bem, eu mudei o comando. Estás aí NIA?"- NIA continuava a não responder.
-Sabemos que consegue ouvir-nos - Disse um dos robots. - Extraímos a sua IA e estamos a repará-lo.
-Extraíram a minha IA?
-Não vale a pena tentar mover-se. Até acabarmos não conseguirá mexer outra coisa a não ser a boca.
 Sim, extraímos, mas as suas nanites vão continuar consigo com outro tipo de interface.
-Quem são vocês?
-Somos as pessoas que estão a tratá-lo.
-Pessoas? Sem querer ofender, vocês são robots.
-E um robot não pode ser uma pessoa?
Lagrange calou-se por uns segundos.
-Está bem, peço desculpa. Não volto a cometer esse erro... Sabe... eu preciso de saber o que é vão fazer com a NIA. Eu gostava de a ter de volta na minha mente.
-Se ela estiver de acordo, voltará a tê-la na sua mente e a monitorizar as suas nanites.
-Faz ideia de porque é que o nosso caça foi antingido?
-A função aqui da minha equipa é tratá-lo. Alguém depois falará consigo sobre isso. Agora vamos fazê-lo descansar mais um pouco.
De repente Lagrange adormeceu.

Noutro sítio, outra equipa de robots estava a trabalhar um corpo feminino.
Ela acordou.
-Olá NIA. Bem vinda à vida..
NIA piscou os olhos. Abriu e fechou a boca, mas sem sair um som.
-Utilizámos o seu avatar para modelar o seu corpo a partir de um protoforme. O seu software está a ser actualizado para que aprenda a usar o seu novo corpo.

Nave de batalha Esperança, bar.
Terceiro dia do terceiro mês do ano 1 [Data Cronos]. 00h48min
Óxinol já estava bem bêbado, quando chegou um dos seus seguranças para o levar.
-Hic! Vá não sejas chato... eu só quero mais um sumo de pota * hic protanera.
-Vocês servem isso aqui? Isso é proibido nesta nave por ordem! - Disse o segurança para o barman.
-Nós não temos nada disso aqui.
-Dado o estado dele, eu tenho de discordar, ele consumiu algum derivado de protanera sim. Vou levar o sr. Óxinol e depois sou obrigado a reportar o acontecido.
O segurança saiu com Óxinol sobre o ombro a ouvir insultos.
-Estás parvo? Que deste ao senhor Óxinol?-Perguntou um dos barmans ao que estava a servir o senhor Óxinol.
-Só o habitual, o cocktail número 23.
-O 23 nem é alcoólico!
-Sim, eu sei. Ele deve ter misturado qualquer coisa que trouxe com ele.
-Temos de guardar os copo dele para quando chegarem os guardas.
-Temos?
-Não fazes mesmo a mínima ideia dos problemas que podemos arranjar se alguma das nossas bebidas contiver algum derivado de protanera.

(continua

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