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Os primeiros dias de estadia na nova galáxia foram bastante difíceis para o Imperador McLopes. Constantes recordações do deutério gasto mergulhavam-no em melancolia e alguma tristeza. Decidira deixar as galáxias povoadas e a agitação normal, mas ainda não se adaptara à nova situação de mineiro, nem se acostumara ao convívio com pessoas estranhas. Conversara amiúde com os restantes membros da aliança sagrada… e isso por vezes desorientava-o. Evitou nesses primeiros dias cruzar-se com alguém, refugiando-se umas vezes nas novas colónias outras vezes na sua deslumbrante e cintilante lua, onde geralmente preguiçava deitado entre os bancos dos seus magníficos cruzadores. No meio do hangar com tantas naves sentia-se mais seguro e menos só.
Lá fora havia novos mundos por descobrir, alguns desses mundos já tinham sido documentados como sendo mundos de gente primitiva onde reina o caos, a morte e a destruição. Mas tempestades infindáveis teimavam em manter as naves em solo.
Ao fim do primeiro ano desta sua nova condição a tempestade desfez-se como por encanto, como se tivesse apenas à espera de uma oportunidade.
Sábio da responsabilidade e obrigação da missão, o Imperador McLopes depressa se lançou ao caminho. Lá fora, já não havia vento nem borrasca. Da janela do seu Cruzador conseguia ver a sua Lua redonda e cintilante por entre tanta embarcação de metal que ajudava a reflectir o seu brilho.
Ele estava inquieto, pois sabia que havia vizinhos novos também à espera de uma oportunidade, porém a sede de vencer era mais forte.
Demoraram quase duas semanas a chegar ao planeta habitado mais próximo. Foram duas semanas que pareceram não ter fim. Chegados lá repararam que apenas restava ruínas, a população sobrevivente estava demasiado magra, cansada e muito queimada pelo sol do deserto. De imediato dirigiram-se para junto de umas ruínas envoltas de uma florestação verdejante e densa. Corria ali um pequeno rio que desaparecia uns metros mais à frente num buraco por entre as rochas cortantes da escarpa.
Ao dirigir-se a um habitante local, o Imperador McLopes, esperava encontrar respostas para saber ao certo o que se tinha passado ali, assim como também poder assegurar a sua tripulação. Ele ia vendo os edifícios envolventes semi-enterrados em areia do deserto, os edifícios de arenito estavam semi-destruídos quer pelo grande ataque, quer pela erosão dos constantes ventos. Só o gemido do vento, emitia sinais sonoros, por entre tamanho silêncio.
McLopes, também pensava nas suas gentes, e que poderia ter que enfrentar tal armada, de certo que estaria melhor preparado, mas certamente que iria ser momentos difíceis e desnecessários.
Ao avistar tanta gente cheia de fome, batera nele um sentimento de uma enorme perda e angústia, dando ordem para a sua tripulação alimentar e cuidar da população. De imediato, começaram a descarregar os mantimentos que tinham a bordo dos seus cargueiros e a equipa médica começou a montar um hospital de campanha para tratar dos feridos. Desta forma McLopes conquistou o respeito e admiração daquela gente, fazendo que estes ficassem fiéis às leis do Império e passassem a ser uma nova colónia, que em pouco tempo passou de um deserto quente e cheio de rochas, a planícies verdejantes e férteis.
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